Como iniciar aula de Filogenia: o ovo ou a galinha?

O professor de Biologia pode utilizar essa dica para dar a introdução motivacional de Filogenia por meio da pergunta de motivação: "quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?"

Lembrando que pergunta de motivação é associado à vida cotidiana a partir de um assunto escolar. A introdução motivacional é um dos pilares do método de ensino que conscientiza o estudante a nunca pensar que estudar algo é à toa e também evita perguntas do tipo "Por que estou aprendendo isso?", pois o professor dar a resposta antes dessa pergunta. Dessa forma, o aluno se interessa pelas aulas e aprende a desenvolver o raciocínio e a interpretação.

Antes de mostrar o esquema abaixo, pode-se primeiramente lançar a pergunta à turma e esperar respostas sugestivas para se criar um dinamismo nas aulas. Em seguida, apresentar a ilustração que explica a especulação, considerada mais aceita pela maioria dos estudiosos científicos e que auxilia na resposta da questão motivacional.

Com o desenho sendo visualizado, o professor pode explicar o que é filogenia, dizendo que é a representação da história e dos relacionamentos evolucionários entre grupos de organismos, e que ela sempre será uma representação hipotética que nos dá uma ideia de como aquele determinado grupo de espécies estão relacionadas entre si. No entanto, ela jamais será a exata história genealógica daquele grupo.

Os resultados são representados em uma árvore filogenética (ou genealógica) que forneça uma saída visual dos relacionamentos baseados em características físicas e genéticas compartilhadas ou divergentes.

A exemplo do ovo e da galinha, o debate pode ser feito assim:

A verdadeira pergunta é:  "o que veio primeiro, o ovo (de galinha) ou a galinha?"
O que é um ovo de galinha? Seria o ovo do qual nasceu a primeira galinha que assim poderia ser classificada, ou o ovo posto pela primeira galinha? Que o ovo (genericamente) veio primeiro é óbvio.

A questão é extremamente importante, pois recapitula a filogenia. As mudanças anatômicas para a adaptação aos mais variados tipos de ambientes. O debate é longo mas podemos definir que o ovo veio primeiro. 

A característica oviparidade vem desde os ancestrais dos peixes e anfíbios que põem ovos. Os ovos com cascas provavelmente surgiram em algum grupo de anfíbios. Então, essa característica vem desde antes dos primeiros dinossauros.

Para aquecer mais a discussão introdutória motivacional, o professor pode se esforçar mais quando se trata de evolução. É preciso entender que a evolução não gera uma espécie assim do nada. Por exemplo, não nasceu uma galinha de um dinossauro. Pra entender como funciona a evolução, pensa no nosso envelhecimento: não tem como saber o dia em que você deixou de ser adolescente e se tornou um adulto. Você não acordou um dia adulto. É algo gradual. A evolução ocorre da mesma forma: não nasce uma espécie aleatoriamente de outra, e isso seria uma aberração. As espécies surgem de acúmulo gradual de mutações que, com o decorrer do tempo, são tantas que podemos dizer que é uma espécie nova.

O debate sobre isso é mega-complexo e ao mesmo tempo interessante por haver diversidades infinitas de especulações. E se um dia aparecer a resposta mais aceita, a ponto de se tornar a verdadeira das verdadeiras, a graça da discussão termina de vez. Acredito que o longo papo tem a ver também com a ideia de que a galinha esteja sendo usada como representante de todas as aves. Aí vem a pergunta: por que a galinha? Poderia também ser a águia, a extinta ave do terror e outras pré-históricas servirem de base para tanta explicação do tal questionamento que até hoje faz parte do universo científico. E se a galinha ganhou o posto de protagonista dessa curiosidade, é porque estudos garantiram que a espécie veio da linha de ancestralidade do tiranossauro rex, um dos maiores répteis pré-históricos existentes no período Triássico e que já colocava ovo.

Portanto, o ovo já existia, vindo de outras classes como anfíbios e répteis. E aceitando a teoria evolutiva, as galinhas foram surgindo aos poucos, devido às mutações ocorrentes de ancestral a ancestral.