Olá, professores, tudo bem?
Por mais que se prepare uma aula, nem sempre o resultado será o esperado. E por quê? Dependerá de como a aula foi preparada e desenvolvida. A dificuldade não está na execução da aula em si, mas na introdução antes do desenvolvimento.
A aula sobre sujeito e predicado, por exemplo, é executada através da explicação da diferença entre sujeito e predicado. Por que é importante aprendâ-la? Os estudantes copiam do quadro algumas representações de reações químicas enquanto o professor explica. O assunto de movimento uniforme é explicado aos quatro ventos e a turma é obrigada a memorizar as fórmulas e fazer os exercícios. Para quê? E assim vai sucessivamente. O professor de inglês entope a cabeça do aluno de regras gramaticais e diz que ele precisa estudá-las porque será cobrada na prova.
Algumas dessas cenas acima são cada vez mais comuns na maioria das salas de aula quando se iniciou a desvalorização do ensino feita por personagens que se julgam entendedores de educação com questionáveis mudanças pedagógicas.
Onde estava a motivação em cada uma dessas aulas? Os professores utilizaram algum método adequado para estimular o interesse das turmas? Adianta ser mestre de conteúdo se não souber associar a teoria com a prática?
São comuns vários questionamentos feitos pelo professor, principalmente na véspera da aula:
1) "Não sei como vou preparar uma aula sobre análise sintática"
2) "Como posso fazer o aluno se interessar pela aula de cinemática?"
3) "A aula de reação de dupla troca será difícil para a turma?"
4) "De que maneira posso fazer os alunos assimilarem a regra de question tag"?
VAMOS ENTÃO À DICA?
Nessa orientação, será utilizado o exemplo de aula sobre expressões algébricas na matemática. A dica abaixo serve para as demais disciplinas.
a) Nunce inicie diretamente um assunto sem antes apresentar algum motivo para a existência dele na vida prática. A introdução é exatamente a apresentação desse motivo. É a questão de motivação.
Um exemplo de erro grave:
O professor de matemática entra na sala de aula, pede à turma para abrir os cadernos e diz em tom medíocre de autoridade:
- "Pessoal, anotem aí: expressões algébricas!"
E sem opção, a turma acata a ordem. Pronto! A aula já começou péssima. Os alunos perguntam: "Por que preciso aprender expressões algébricas?"
Em primeiro lugar, nunca se inicia uma aula de matemática através de ditado. É inacreditável, mas já houve relatos de um professor de matemática ter dado aula usando apenas a exposição oral sem escrever quase nada no quadro.
Darei um exemplo de aula direta sobre expressão algébrica e quase certamente a maioria vai achar a aula tediosa:
Uma expressão algébrica é usada para representar uma constate, uma variável ou uma combinação de variáveis e constantes relacionadas por um número finito de operações (adição, subtração, multiplicação, divisão, radiciação, potenciação). Exemplos de expressões algébricas são:
3x2y2
Uma expressão algébrica envolvendo somente potências não-negativas de uma ou mais variáveis e não contendo variáveis no denominador, é chamada polinômio.
Por exemplo:
2x x2–3x+1
ALGUÉM ENTENDEU ALGUMA COISA?
Uma boa alternativa é pesquisar algo relacionado ao assunto (no caso, expressões algébricas). Mas como fazer isso? Como introduzir um assunto que tenha a ver com a vida cotidiana do estudante?
Por isso, na introdução de um assunto, tenha em mãos um bom livro, revista, jornal, um site de compartilhamento de vídeos (youtube) ou textos na internet.
b) De posse desses recursos, planejaremos a introdução. O professor precisa ter em mente que uma boa introdução é que vai atrair a atenção do estudante.
c) Caso não sejam encontradas boas introduções em livro, revista e jornal, optemos por textos e vídeos na internet.
d) Se você deseja que sua aula sobre expressões algébricas tenha algum significado na vida de todos, pesquise alguns textos ou vídeos que contenham várias razões de se aprender expressões algébricas.
Para esclarecer o entendimento da importância da introdução, pesquisei e colei aqui o trecho abaixo:
"Os livros didáticos habitualmente usados em nossas aulas trazem muitos símbolos matemáticos. O excesso de simbologia, freqüentemente, cria dificuldades desnecessárias para o aluno, chegando mesmo a impedir que ele compreenda a idéia representada pelo símbolo.
A linguagem matemática desenvolveu-se para facilitar a comunicação do conhecimento matemático entre as pessoas. Entretanto, quando abusamos do uso de símbolos e não nos preocupamos em trabalhar a compreensão dos mesmos, clareando o seu significado, conseguimos o efeito contrário: dificultamos o processo de aprendizagem da matemática.
No cotidiano, muitas vezes usamos expressões sem perceber que as mesmas representam expressões algébricas ou numéricas.
Numa papelaria, quando calculamos o preço de um caderno somado ao preço de duas canetas, usamos expressões como 1x+2y, onde x representa o preço do caderno e y o preço de cada caneta.
Num colégio, ao comprar um lanche, somamos o preço de um refrigerante com o preço de um salgado, usando expressões do tipo 1x+1y onde x representa o preço do salgado e y o preço do refrigerante.
Usamos a subtração para saber o valor do troco. Por exemplo, se V é o valor total de dinheiro disponível e T é o valor do troco, então temos uma expressão algébrica do tipo V-(1x+1y)=T.
Não há dúvida de que a linguaguem algébrica (o uso de letras para representar números), simplifica a comunicação, por seu caráter universal, preciso e econômico. Você já imaginou um livro de matemática todo escrito por extenso, sem o uso de símbolos matemáticos? Sem dúvida ele teria muito mais páginas do que os livros usuais."
e) De posse desse trecho acima, o professor pode reconstrui-lo de modo que se ajuste da melhor forma possível para que a turma compreenda a introdução.
Observação:O que eu fiz foi apenas um dos caminhos alternativos para mostrar à turma como se dá uma aula construtiva.